A doença é sempre uma fase que debilita a mãe, e que exige sempre cuidados redobrados, quer esta amamente ou não...
Durante muito tempo pensou-se que, para uma mulher que amamentasse, estar doente era quase sempre sinónimo de desmame. As razões normalmente apresentadas eram essencialmente duas:
- A mãe transmitia a doença através do seu leite e/ou
- Os medicamentos que a mãe tomava para tratar a doença, transmitidos pelo leite, eram extremamente prejudiciais ao bebé.
- Os medicamentos que a mãe tomava para tratar a doença, transmitidos pelo leite, eram extremamente prejudiciais ao bebé.
Mas felizmente, a ciência foi avançando e paralelamente a isso, as entidades promotoras do Aleitamento Materno, foram percebendo, através de estudos feitos, que nem sempre é necessário deixar de amamentar...Concluíram que nem todas as doenças se transmitem através do leite materno e que, no seu tratamento, nem todos os medicamentos são incompatíveis com a amamentação. Assim, exceptuando alguns casos concretos, a mãe pode e deve dar de mamar ao seu filho.
Quando a lactante está doente, o seu organismo “organiza-se” para combater a doença através da produção de anti-corpos específicos. Essas mesmas estruturas imunológicas passam através do leite, e fornecem defesas ao bebé... Este recebe assim, através do leite materno, para além de todos os benefícios associados, uma vacina natural que o protege contra essa doença!
Mas como pode a mãe saber se deve ou não continuar a amamentar o seu bebé?
É importante, antes de mais, que a mãe perceba de que doença é portadora, e qual o tratamento associado a esta. Percebendo a doença, é possível determinar os riscos que existem... Se a doença é transmitida pelo leite e se a impede de amamentar... ou não! Sabendo qual o tratamento associado, é possível não só perceber se este é contra-indicado na amamentação, como podemos encontrar, caso o medicamento habitualmente prescrito seja incompatível, uma alternativa que permita à mãe continuar a amamentar, reduzindo o risco de transmissão da doença...
É importante, antes de mais, que a mãe perceba de que doença é portadora, e qual o tratamento associado a esta. Percebendo a doença, é possível determinar os riscos que existem... Se a doença é transmitida pelo leite e se a impede de amamentar... ou não! Sabendo qual o tratamento associado, é possível não só perceber se este é contra-indicado na amamentação, como podemos encontrar, caso o medicamento habitualmente prescrito seja incompatível, uma alternativa que permita à mãe continuar a amamentar, reduzindo o risco de transmissão da doença...
Falando nas doenças mais comuns, considera-se oportuno neste artigo desfazer alguns mitos, que possam ajudar as mães a perceber que, em caso de doença, excepto raras situações, existem mais vantagens em continuar a amamentar do que desvantagens.
Doenças Infecciosas:Em geral, as doenças infecciosas não afectam o leite, nem na sua composição nem na sua quantidade. As mães não só não devem deixar de amamentar, como é efectivamente recomendado fazê-lo, pela produção dos anticorpos que protegem o bebé de um possível contágio por outras vias.
Depressões:Normalmente a razão apresentada para um desmame quando a mãe apresenta um quadro de depressão, consiste no facto do tratamento ser prejudicial ao bebé. No entanto, os tratamentos disponíveis no mercado, são mais compatíveis do que se pensava. Alguns estudos apontam até que um desmame pode ser mesmo prejudicial também para a mãe, que muitas vezes não está preparada para tal situação, podendo agravar assim o seu estado depressivo. Amamentar, aumenta os níveis de oxitocina que é também conhecida como a hormona do amor, e é responsável pelo relaxamento da mãe, diminuindo assim os níveis de stress e funcionando como um calmante natural, produzido pelo próprio organismo.
Anemia:Apesar do leite materno exigir o seu teor de ferro ao organismo da mãe, esta não fica prejudicada, pois a amamentação, diminui (ou chega mesmo a inibir) o fluxo menstrual, e neste caso a mulher ao ter menos perda de sangue, compensa a perda de ferro na produção de leite.
Tuberculose:A transmissão da tuberculose não é feita através do leite materno (excepto em caso de mastite tuberculosa, que felizmente é raríssima), é feita através das vias aéreas. Por isso o risco de contágio é igual, quer o bebé mame ou beba pelo biberão. Assim, a dúvida não será se a mãe pode amamentar, mas se o bebé pode ou não estar em contacto com a progenitora.
Não deveria haver casos em que a mamã deve amamentar com as vias respiratórias protegidas com máscara?Se a mãe tiver que andar sempre de máscara, também deverá amamentar de máscara... No entanto nenhuma mãe deve colocar apenas a máscara para amamentar... O risco de contágio não acontece só quando a mãe amamenta, mas em todas as situações...
Esta questão é habitualmente colocada pela mãe, quando falamos nas doenças infecciosas (Gripe, constipação, etc) mas normalmente não aconselhamos o uso da máscara essencialmente por 2 razões:
1 - O uso da máscara durante a amamentação não impede o contagio durante o restante dia em que a mãe está com o bebé (ambos respiram o mesmo ar em casa, possivelmente os restantes familiares que habitam a mesma casa, também estarão já infectados, por isso não faz sentido isolar a criança)
2 - Quando dizemos a uma mãe para usar máscara quando esta está com uma constipação ou mesmo gripe, a mãe entende isso como se tivesse algo grave e levando por vezes a mãe a considerar um desmame (por vezes precoce e desnecessário) por ter receio de passar alguma coisa ao filho... (esquecendo-se que é ela que continua a mudar as fraldas ao bebé, continua a dar miminhos, etc...)
Mais uma vez, a questão é: Se a mãe tem de andar de máscara, a dúvida não é se deve amamentar com a máscara, mas se pode estar com o filho.
Depressões:Normalmente a razão apresentada para um desmame quando a mãe apresenta um quadro de depressão, consiste no facto do tratamento ser prejudicial ao bebé. No entanto, os tratamentos disponíveis no mercado, são mais compatíveis do que se pensava. Alguns estudos apontam até que um desmame pode ser mesmo prejudicial também para a mãe, que muitas vezes não está preparada para tal situação, podendo agravar assim o seu estado depressivo. Amamentar, aumenta os níveis de oxitocina que é também conhecida como a hormona do amor, e é responsável pelo relaxamento da mãe, diminuindo assim os níveis de stress e funcionando como um calmante natural, produzido pelo próprio organismo.
Anemia:Apesar do leite materno exigir o seu teor de ferro ao organismo da mãe, esta não fica prejudicada, pois a amamentação, diminui (ou chega mesmo a inibir) o fluxo menstrual, e neste caso a mulher ao ter menos perda de sangue, compensa a perda de ferro na produção de leite.
Tuberculose:A transmissão da tuberculose não é feita através do leite materno (excepto em caso de mastite tuberculosa, que felizmente é raríssima), é feita através das vias aéreas. Por isso o risco de contágio é igual, quer o bebé mame ou beba pelo biberão. Assim, a dúvida não será se a mãe pode amamentar, mas se o bebé pode ou não estar em contacto com a progenitora.
Não deveria haver casos em que a mamã deve amamentar com as vias respiratórias protegidas com máscara?Se a mãe tiver que andar sempre de máscara, também deverá amamentar de máscara... No entanto nenhuma mãe deve colocar apenas a máscara para amamentar... O risco de contágio não acontece só quando a mãe amamenta, mas em todas as situações...
Esta questão é habitualmente colocada pela mãe, quando falamos nas doenças infecciosas (Gripe, constipação, etc) mas normalmente não aconselhamos o uso da máscara essencialmente por 2 razões:
1 - O uso da máscara durante a amamentação não impede o contagio durante o restante dia em que a mãe está com o bebé (ambos respiram o mesmo ar em casa, possivelmente os restantes familiares que habitam a mesma casa, também estarão já infectados, por isso não faz sentido isolar a criança)
2 - Quando dizemos a uma mãe para usar máscara quando esta está com uma constipação ou mesmo gripe, a mãe entende isso como se tivesse algo grave e levando por vezes a mãe a considerar um desmame (por vezes precoce e desnecessário) por ter receio de passar alguma coisa ao filho... (esquecendo-se que é ela que continua a mudar as fraldas ao bebé, continua a dar miminhos, etc...)
Mais uma vez, a questão é: Se a mãe tem de andar de máscara, a dúvida não é se deve amamentar com a máscara, mas se pode estar com o filho.
Conclusão: Mais importante que fazer uma lista exaustiva de doenças compatíveis e incompatíveis com a amamentação, é sensibilizar a lactante que, na grande maioria dos casos, é possível e recomendado continuar a amamentar. É importante que se entenda a relação risco versus beneficio na amamentação com a mãe doente, e que de acordo com a orientação médica, se encontre a melhor forma de tratar a mãe, sem prejudicar o bebé, evitando um desmame precoce e desnecessário.
Bárbara Correia
Conselheira em Aleitamento Materno (OMS/UNICEF)
Conselheira em Aleitamento Materno (OMS/UNICEF)
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