Resumo dos Princípios de orientação para a alimentação complementar da criança amamentada

"1.Duração da amamentação exclusiva e idade para introdução de alimentos complementares
Amamentar exclusivamente desde o nascimento e até aos 6 meses de idade, introduzir os alimentos complementares a partir dos 6 meses de idade (180 dias) e continuar com a amamentação;

2.Manutenção da amamentação
Amamentar com frequência e em livre demanda até aos 2 anos de idade ou mais;

3.Alimentação perceptiva
Fazer alimentação perceptiva, aplicando os princípios de cuidado psico-social, especificamente:
a)alimentar o lactente directamente e deixa-lo ver outras crianças mais velhas a comerem sozinhos, respondendo aos seus sinais de fome e satisfação;
b)alimentar devagar e pacientemente encorajar as crianças a comerem mas sem forçar;
c)se a criança recusa vários alimentos experimente com diversas combinações, sabores, texturas e maneiras de as encorajar a comer;
d)diminuir as distracções durante as horas das refeições se a criança perde o interesse na comida rapidamente;
e)lembrar que as refeições são períodos de aprendizagem e amor, falar com as crianças e manter o contacto visual.

4.Preparação e armazenamento seguro dos alimentos complementares
Ter boas práticas de higiene e manuseamento dos alimentos ao:
a)lavar as mãos das pessoas a cargo das crianças e das crianças antes da preparação da refeição e refeição;
b)guardar os alimentos de forma segura e servi-los imediatamente após a sua confecção;
c)utilizar utensílios de cozinha limpos para preparar e servir a refeição;
d)usar copos e pratos limpos ao alimentar as crianças, e
e)evitar o uso de biberão, já que é difícil limpa-los.

5.Quantidade necessária de alimentos complementares
Começar aos seis meses de idade com quantidades pequenas de alimentos e aumentar a quantidade conforme cresce a criança, enquanto se mantém a amamentação. A energia necessária proveniente dos alimentos complementares para crianças com uma ingestão "média" de leite materna em países em vias de desenvolvimento é de aproximadamente 200kcal para crianças entre os 6 e os 8 meses de idade, 300kcal ao dia para crianças entre os 9 e os 11 meses, e de 550kcal ao dia para crianças entre os 12 e os 23 meses de idade. Em países desenvolvidos estima-se que as necessidades sejam um pouco diferentes (130, 310 e 580kcal ao dia para crianças entre os 6 e8, 9 e 11 e 12 e 23) devido às diferenças na ingestão de leite materno.

6.Consistência dos alimentos
Aumentar a consistência e a variedade dos alimentos gradualmente conforme a criança cresce, adaptando-se aos requisitos e capacidades das crianças. Os lactentes podem comer papinhas, purés e alimentos semi-sólidos a partir dos 6 meses de idade. Aos 8 meses a maioria das crianças também podem consumir alimentos que se podem comer com as mãos (alimentos que a criança possa segurar sozinha). Aos 12 meses a maioria das crianças já pode comer o mesmo tipo de alimentos que o resto da família (tendo em conta a sua necessidade de alimentos ricos em nutrientes, como se explica no #8 mais abaixo). Devem evitar-se os alimentos que possam causar asfixia (alimentos com forma ou consistência que facilitem o alojamento na traqueia, como por exemplo nozes, uvas ou cenoura crua).

7.Frequência das refeições e densidade energética
Aumentar o número de vezes que se oferece alimentos complementares à medida que a criança cresce. A quantidade apropriada de refeições depende da densidade energética dos alimentos locais e da quantidade consumida por refeição. Para uma criança amamentada dos 6 aos 8 meses de idade, as refeições com alimentos complementares devem ser oferecidas 2 a 3 vezes ao dia e 3 a 4 vezes ao dia aos 9 – 11 meses e 12 – 24 meses intercalando com lanches nutritivos (como por exemplo uma peça de fruta ou pão árabe com pasta de noz) oferecidos 1 ou 2 vezes ao dia, segundo o desejo da criança. Os lanches definem-se como alimentos consumidos entre as refeições, sendo normalmente alimentos que as crianças comem sozinhas e de fácil preparação. Se a densidade energética ou a quantidade de alimento em cada refeiçãos é pequena ou a criança já não é amamentada é possível que seja necessário refeições mais frequentes.

8.Conteúdo nutritivo dos alimentos complementares
Oferecer uma variedade de alimentos para assegurar que se cobre as necessidades nutricionais. Deve consumir-se carne, aves, peixe ou ovos devem ser comidos diariamente, ou com a frequência possível. As dietas vegetarianas, nesta idade, não cobrem as necessidades nutricionais a menos que se utilizem suplementos nutricionais ou produtos enriquecidos (ver #9 abaixo). As frutas e as verduras ricas em vitamina A devem ser consumidas diariamente. Promover uma alimentação contendo uma quantidade de gorduras adequada. Evitar oferecer bebidas ou sumos com baixo valor nutritivo como chás, café ou refrigerantes. Limitar a quantidade de sumos oferecidos para evitar a substituição de alimentos mais nutritivos.

9.Uso de suplementos de vitamina e minerais ou produtos enriquecidos para crianças e mães
Utilizar alimentos complementares enriquecidos ou suplementos de vitaminas e minerais para os lactentes de acordo com as suas necessidades. Em alguns locais é possível que a mãe também necessite de suplementos vitamínicos ou produtos enriquecidos, tanto pela sua própria saúde para assegurar concentrações normais de certos nutrientes (especialmente vitaminas) no seu leite. (Alguns produtos podem ser também benéficos antes e durante a gravidez).

10.A alimentação durante e depois de uma doença
Aumentar a ingestão de líquidos durante os períodos de doença incluindo leite materno (amamentar mais frequentemente), e oferecer à criança alimentos suaves, variados, apetecíveis e que sejam os seus favoritos. Depois da doença oferecer alimentos com mais frequência que o normal e encorajar a criança a comer mais."

Originais Completos em várias línguas no site da Organização Mundial de Saúde

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